quinta-feira, junho 24, 2010

Non creo em brujas; pero que las hay, las hay

Trago mais uma matéria sobre esse assunto que eu particularmente acho muito inquietante e assustador. Todos os personagens do nosso folclore sempre me assutaram muito, desde meu tempo de infancia. Pra muitos apenas lendas, pra outros uma realidade assustadora. Será que esses seres fantásticos existem somente em nossa imaginação, ou ao cair da noite, criaturas vagam pela escuridão da madrugada?


Boa Leitura.. Enquanto o sono não Vem...



Até onde pode ir a imaginação humana?

 
    A incrível frase em espanhol que dá título a esta matéria, e que eu nem imagino quem a criou, é a abertura mais apropriada para se falar do folclore brasileiro. O folclore, como todos sabem, é o aportuguesamento da palavra inglêsa “folk-lore”, e significa Povo e Conhecimento  (ou costumes de um povo). 
 O povo brasileiro, pela mistura de raças, é rico em crendices, todas incorporadas ao nosso folclore.  E não pensem que folclore é coisa de criança, da época em que nossas mães nos assustavam com o tal do Bicho Papão.
  A gente cresce e, obviamente, deve pensar que papões, bruxas e duendes maus ficaram na infância, junto com o Noel e o coelhinho de Páscoa... Ledo engano. Adultos dizem não acreditar em assombrações ou fantasmas, nem em discos voadores, mas lá dentro, sem dar com a língua nos dentes, o sujeito fica com um pé na frente e outro atrás, como a frase acima.
  Mas a frase é até divertida e pode ser levada na brincadeira, mas aí vem o tal do Shakespeare e diz que “há mais mistérios entre o Céu e a Terra que a nossa vã filosofia possa imaginar”...E isso, mesmo sem sermos filósofos, nos leva a perguntar: será? Talvez...Quem sabe?
  Quando se fala em folclore, e levando a palavra ao pé da letra, a gente pode achar que é coisa de índio ou de caboclo. Mas o que me levou a escrever este artigo, é que antes – e além do folclore, existe a crendice, as superstições. O dicionário coloca as crendices e superstições na área do folclore (e é claro que são), como coisas tolas e absurdas. Será?
  Enfocando primeiro nosso folclore, talvez a lenda  mais popular seja a do Saci Pererê,  que tem só uma perna, um boné vermelho, fuma cachimbo e costuma dar nós nas crinas dos cavalos, para se divertir. Outro negrinho famoso é o Negrinho do Pastoreio. Segundo uma lenda do Rio Grande do Sul, por ter perdido um cavalo do seu patrão, ele foi amarrado pelo cruel homem sobre um formigueiro e ali deixado até morrer com as picadas das formigas. Quando chamado, ele ajuda os vaqueiros a encontrar reses perdidas. A lenda até virou canção e inclusive foi gravada por Belmonte, da dupla Belmonte e Amarai, em solo no elepê Jóias da Música Brasileira.
 Já a mulher que namora padres,  segundo nosso rico folclore, nas noites de lua-cheia, vira  A Mula-sem-cabeça (desenho ao lado, na interpretação da artista plástica Julia Arantes, que também é a autora do desenho abaixo, do Caipora). E dizem que o animal é assustador e até solta fogo pelas ventas. Daí eu me pergunto: como solta fogo pelas ventas, se não tem cabeça? Teria que se fazer um estudo antropológico sobre a lenda, para saber.
  Do lado dos índios, que têm em sua cultura diversas lendas, uma bem conhecida nossa é a da linda mulher que aparecia cantando no rio e atraia os inocentes índios com seu canto e sua beleza, matando-os assim que entravam na água. Seu nome é Iara.  Na região nordeste do Brasil, surgiu a lenda do peixe que se transformava em um belo homem nas noites enluaradas e engravidava as moças das aldeias ribeirinhas. O esperto personagem da lenda é conhecida como o Boto Cor-de-rosa.  Nossos índios e os sertanejos, claro,  foram os que mais contribuiram para enriquecer o folclore brasileiro. Do sertão surgiu a lenda de um ente fantástico que vivia na floresta e que podia assumir várias formas. Uma delas é a de um homem enorme e nú, montado num porco do mato. Para agradá-lo era preciso oferecer fumo de corda. Ele é chamado de Caipora.
Outro ente da floresta, que segundo os índios, é protetor dos animais da selva, é o Curupira, que tem os pés virados para trás, e com isso engana os caçadores, dando-lhes falsas pistas. 
 O Lobisomem, apesar de pertencer ao folclore de outros povos, também faz parte do nosso. Segundo o imaginário popular brasileiro, o casal que tiver sete filhos, sendo todos do sexo masculino, o último certamente virará lobisomem em noite de lua cheia. E ainda de acordo com a lenda, se o casal, ao invés de  filhos, tiver sete filhas, a última se transformará numa bruxa.
  Para o povo que até meados do século passado vivia às margens do Rio Tietê, conhecidos como “barranqueiros”, o pio da coruja (ou rasga-mortalha, como era chamada) significava desgraça na certa. Já na região de Mineiros do Tietê, perto de Jaú, interior do Estado de São Paulo, existe a lenda centenária de um homem assustador e perigoso que vive num local chamado de Mata da Pedra Branca. Ele é conhecido como  O Unhudo, e já rendeu várias reportagens, até na televisão.
 Outra lenda regional, vinculada ao Rio Tietê também, é a de um ser demoníaco, de pele escura, olhos vermelhos e dentes serrilhados e grandes garras, que atacava os canoeiros, virando a embarcação e os matando no fundo do rio. Ele é o temido  Caboclinho D’ Água.
 Em Minas Gerais existe a crendice que, se um homem deitar-se em noite de lua cheia no local onde um cavalo estivera deitado à pouco, também pode virar um  pavoroso  Lobisomem.
 Mas se as pessoas pensam que lendas são apenas coisas de antigamente, criadas pela imaginação inocente de sertanejos e índios, engana-se, pois recentemente o imaginário popular criou uma lenda sobre um animal terrível, que andou atacando vários sítios pelo interior de São Paulo, e também virou notícia na mídia. Não se sabe quem colocou-lhe o estranho nome de Chupa-Cabras, mas ele atacava mais era os galinheiros dos sítios.
  Mas não pense que isso é coisa de países de 3o Mundo não. Nos EUA, por exemplo, existe a lenda do Big-foot (Pé grande); na Escócia tem sujeito que jura de pés juntos que já viu o monstro de Loch Ness e, além disso, na década de 70, se bem me recordo, a mídia explorou a mais não poder a lenda do Abominável Homem da Neve.
  Bem, nessa altura, se você leu até aqui, deve estar se perguntando:  aonde esse cretino desse editor do GNT quer chegar? Já sei de tudo isso e hoje, quando filmes como O Massacre da Serra Elétrica, Sexta-Feira 13 e Jogos Mortais, entre outros, deliciam crianças e jovens, quem vai acreditar em Sacis, mulas e lobisomens?
 Mas é justamente aí que eu quero chegar. Crianças, jovens e adultos assistem a esses filmes horríveis, onde parece que ao fim até o diretor é morto, e não têm medo. Mas não têm medo ali, entre um punhado de gente. Agora pegue qualquer um desses e mande ele passar sozinho, ali pela meia-noite, perto de um cemitério, por exemplo. O sujeito vai se assustar até com uma folha arrastada pelo vento!
 Então, é nossa imaginação e mais o medo que todos trazem entranhado dentro de si, é que fazem o sucesso de tais filmes. Hoje até fazem filmes com vampiros e lobisomens como heróis. Mas o Drácula de Stoker, personificado pelo ator Cristofer Lee (foto ao lado), arrepiou gerações. Os homens não queriam jamais encontrá-lo e as mocinhas morriam de medo de levar uma dentada fatal no pescoço.
  Se assim não é, porque muitos ainda hoje juram que viram ou andaram num OVNI e existem até institutos de estudo da Ufologia? Varginha, em Minas Gerais, transformou seu Etezinho em atração turística, e não vem isso do imaginário popular? Se não há provas reais da existência de extra-terrestres, porque a maioria fica olhando para o céu na esperança de ver um “prato” voador?
  Então, não importa se Brasil, Peru, Europa, Japão ou EUA, e não importa em que época, a imaginação do homem, aliada ao medo do desconhecido, do inexplicável, sempre será propícia aos sacis, bruxas, fadas, Ets, vampiros e lobisomens. Não esquecendo que, se hoje o homem pode acreditar em Ets, na Idade Média a própria igreja católica acreditava em bruxas...e mandava para a fogueira a coitada da mulher que tivesse o azar de, por exemplo, ter um gato preto em casa.
  Você pode até achar esta matéria imbecil, assim também como quem crê em entes do mal, e chamar de malucos os caras que acreditam em discos-voadores, mas saiba que na Bíblia, no livro do profeta Ezequiel, ele vê  quatro grandes rodas, cheias de olhos ao redor e que pairavam no ar. E as rodas eram brilhantes como o berilo (uma pedra preciosa), e as quatro tinham a mesma aparência e sua estrutura era como se estivessem uma dentro da outra... (Bíblia Sagrada - Ezequiel: capítulo 1, versículo 15). E também nas próprias Escrituras Sagradas, aparece o nome “fantasmas”!

Fonte: Gentedanossaterra 

0 comentários:

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More